Agrolink – Leonardo Gottems
Os mercados agrícolas iniciam a terça-feira com leve recuperação, acompanhando o movimento positivo nas bolsas internacionais. Após dias de correções, os fundos voltam às compras, sustentando ganhos moderados nas principais commodities, em meio a ajustes técnicos e à influência de relatórios climáticos e de colheita.
No caso do trigo, as cotações em Chicago registram valorização, impulsionadas pela recomposição de posições de fundos. As recentes chuvas nas Grandes Planícies melhoraram as condições do trigo de inverno americano, que agora tem 48% da área classificada como boa ou excelente, acima dos 45% da semana anterior, mas abaixo dos 55% observados no mesmo período do ano passado. O plantio da safra de inverno nos Estados Unidos está praticamente concluído, e o mercado acompanha o leilão de compra de 300 mil toneladas realizado pela Arábia Saudita, em níveis considerados baixos. No Brasil, a colheita de trigo chegou a 86,9%, segundo a Conab. No mercado físico, o preço no Paraná subiu 0,17% no dia, enquanto no Rio Grande do Sul houve queda de 0,30%.
A soja também apresenta ganhos discretos em Chicago, sustentada pela valorização do farelo, embora o recuo do óleo de soja tenha limitado a alta. A demanda chinesa segue firme, mesmo diante de estoques elevados e margens apertadas no setor de ração. Nos Estados Unidos, a colheita foi concluída, e no Brasil o plantio atinge 81%, ainda sob preocupação com a irregularidade das chuvas. O avanço das exportações brasileiras, que já superam 106 milhões de toneladas, mantém pressão sobre os preços internacionais.
O milho opera em leve alta após quatro sessões de queda, refletindo ajustes técnicos e suporte do mercado de exportação. Nos Estados Unidos, 96% da colheita está concluída, e no Brasil o plantio da primeira safra chegou a 59,3% da área prevista. No mercado interno, o preço físico do cereal subiu 0,22% no dia e acumula alta de 2,52% no mês, com suporte do ritmo firme de embarques e da demanda por ração animal.

