Agrolink – Leonardo Gottems
Segundo Renato Ress, Líder Agrícola na São Luiz Bioenergia, a granulometria dos fertilizantes é um fator essencial para garantir eficiência na adubação, mas ainda é frequentemente negligenciado no campo. O tema também é abordado no Manual de Adubação e Calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina (10ª ed., Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2016), que destaca como o tamanho e a uniformidade dos grânulos afetam diretamente a distribuição no solo, a solubilidade e a absorção dos nutrientes pelas plantas.
Quando o fertilizante apresenta granulometria desuniforme, a aplicação se torna irregular, gerando áreas com excesso ou deficiência de nutrientes. Isso pode comprometer o desenvolvimento da lavoura, elevar o desperdício de insumos e aumentar os custos operacionais. Ress alerta que, se os nutrientes não forem distribuídos de forma homogênea, o potencial produtivo da lavoura pode ser severamente reduzido.
A escolha correta da granulometria deve considerar o tipo de cultura, o sistema de aplicação e as condições do solo. Fertilizantes com grãos finos (menores que 2 mm) são ideais para aplicações localizadas ou de liberação lenta, sendo indicados para culturas perenes. Os grânulos médios (entre 2 e 4 mm) são os mais utilizados, por apresentarem boa solubilidade e excelente distribuição em cultivos como milho, soja e trigo. Já os fertilizantes de grãos grossos (acima de 4 mm) são recomendados para plantios profundos e solos mais exigentes, desde que o maquinário esteja bem regulado.
Para Ress, a atenção à granulometria é uma estratégia simples, mas poderosa, para melhorar a produtividade e a rentabilidade no campo. “É um ajuste técnico que começa na escolha do insumo e se reflete em toda a safra”, reforça.
