Agrolink – Leonardo Gottems
Segundo análise divulgada pelo Itaú BBA, o mercado de fertilizantes apresenta comportamentos distintos entre os principais macronutrientes. Os nitrogenados, como a ureia, estão cotados atualmente a USD 377,5/t nos portos brasileiros, patamar inferior ao registrado nos últimos meses. A forte volatilidade do segmento tem sido influenciada pela oscilação dos preços do gás natural, que subiram no início do ano, mas voltaram a recuar. Com os preços dos nitrogenados abaixo da média dos últimos cinco anos, produtores têm aproveitado para antecipar compras, revertendo a tendência observada em janeiro e fevereiro, quando os preços estavam acima da média.
No caso dos fosfatados, a tendência é oposta. O MAP atingiu USD 697,5/t, sustentado por um cenário persistente de restrição de oferta. A incerteza quanto à retomada das exportações pela China e o aumento dos subsídios indianos para aquisição de fosfatados contribuem para um ambiente de cautela, o que deve manter os preços elevados por mais tempo. Diante desse contexto, compradores de diversas regiões têm adiantado suas encomendas para evitar riscos de escassez e novas altas.
Já os fertilizantes potássicos, representados pelo cloreto de potássio (KCl), seguem em trajetória de valorização desde o início do ano, alcançando USD 355/t. Entretanto, o Itaú BBA aponta que essa alta pode perder força com o fim do período de compras no Hemisfério Norte, especialmente nos Estados Unidos, onde houve antecipação das aquisições antes da aplicação de tarifas sobre importações canadenses. Com isso, espera-se uma redução na pressão por preços mais altos, considerando que não há, no momento, um grande gargalo de oferta global de potássicos.