Agrolink – Leonardo Gottems
De acordo com a TF Agroeconômica, o mercado de trigo registrou ganhos de R$ 59,67 por tonelada nas últimas oito sessões, refletindo a valorização de contratos em Chicago. Quem seguiu as recomendações da consultoria e comprou contratos durante a queda há duas semanas já obteve uma valorização de US$ 10,29 por tonelada. No Brasil, o preço do trigo subiu R$ 18,41 por tonelada no Paraná e R$ 59,25 por tonelada no Rio Grande do Sul, conforme dados do Cepea. O cenário reforça a importância do mercado futuro para mitigar riscos e aumentar a rentabilidade dos produtores.
Entre os fatores que sustentam a alta do trigo, destaca-se a seca nos Estados Unidos, com 27% das áreas de trigo de inverno afetadas, segundo o USDA. Além disso, a fraqueza do dólar frente ao euro impulsiona a competitividade das exportações americanas, com embarques semanais de 783,4 mil toneladas. No Brasil, a oferta reduzida, com menos de 850 mil toneladas disponíveis para uma demanda mensal de cerca de 996 mil toneladas, deve pressionar os preços a partir da segunda quinzena de abril. A possível valorização do trigo argentino também contribui para a tendência de alta.
Por outro lado, fatores de baixa podem limitar os ganhos. A incerteza comercial global, impulsionada por novas tarifas dos EUA, gerou vendas especulativas no mercado. Além disso, a sazonalidade da colheita no Hemisfério Norte e o aumento da produção na Austrália, Argentina e Estados Unidos podem compensar parte da quebra registrada na Rússia e na União Europeia, reduzindo a pressão sobre os preços.
Diante desse cenário, a TF Agroeconômica reforça a recomendação de atenção ao mercado futuro e estratégias de hedge. Os produtores que souberem aproveitar os momentos certos de compra e venda podem maximizar seus lucros, enquanto moinhos devem garantir a cobertura para minimizar os custos de matéria-prima e evitar impactos negativos na rentabilidade.